Vida e Morte de D. Antónia (2019)

Nesta sua segunda encarnação, os Urso Bardo voltam a costurar uma composição cuidada, capaz de contornar com elegância os cadafalsos da aridez ou da inconsequência. Por vezes o vagar de nuvens estendidas ao entardecer. Por vezes a noite já de ruas em câmara rápida. O discurso instrumental remete-nos para as casas e inflexões da interioridade, respondendo a um certo pendor contemplativo, porém inquieto, do sangue. Ao fundo vislumbramos a tela do espaço. E há searas rendidas ao sopro interpretativo do vento. Tormentas que são a grande preparação da chegada.

A vida e a morte inscritas no título são, no território sonoro que nos interpela, as duas forças em contenda. Se algo é construído, logo surge um corte a dizer que outra coisa havia aí afinal, que o que se erigiu está para ser desmanchado e que essa derrocada é o que conviria ver. E nós deixamo-nos levar, confiando nesses dois pés, um que avança, outro que calca. A terra queimada é uma terra viva. Encerra em si a história do fogo, a negra fulguração do que houve. Há sempre vestígios que podemos amealhar e, com eles, entregar-nos ao puro transe dos mundos possíveis. Mas é este mundo. O mundo de D. Antónia. O dia D.

Vasco Gato

Urso Bardo (2016)

Road Trip por uma terra desconhecida: A banda sonora dos Urso Bardo

Já todos fomos putos. Todos tivemos - e temos - outros projectos, musicais e profissionais. Enquanto músicos, somos assombrados por uma nuvem de impaciência e urgência que só se dissipa a tocar canções.

Primeiro houve a sorte de nos encontrarmos; depois veio a surpresa maravilhosa de juntos, sermos capazes de viajar. Aventurámo-nos o mais longe que sabíamos. Procurámos transcender todas as - nossas - fronteiras e escolhemos sempre correr riscos. 

Este é um disco sobre essa viagem. É a nossa própria banda sonora para uma road trip sem mapa, através de um território novo, que estranhamente, nos é muito familiar. 

De Lisboa, somos os Urso Bardo. Tocamos música instrumental.

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